domingo, 19 de abril de 2009

Vocé é um pirata?

Os quatro responsáveis pelo site sueco The Pirate Bay, Fredrik Neij, Gottfrid Svartholm, Peter Sunde e Carl Lundstroem, foram condenados a pagar cerca de R$ 7 Mi por terem infrigindo direitos autorais. Eles alegaram que não tem o dinheiro e que preferiam queimá-lo a dar a justiça.

Através do site, não é possível encontrar nenhum conteúdo, pois eles não oferecem ferramenta de busca. Também, no modelo Torrent, os clientes são consumidores (feeders) e fornecedores (seeders) de conteúdo.

Até o Paulo Coelho, sim o mago fajuto, entrou na discussão para defender os julgados. Ele mesmo tem um site (Pirate Coelho) onde oferece suas obras para download em diversas línguas. Ele entendeu que quem ler alguns de seus capítulos desconfortavelmente usando um Adobe Acrobat Reader, ou equivalente, pode se interessar por suas obras e comprá-las nas livrarias.

Acho que o The Pirate Bay e outros sites que oferecem conteúdo para download estão ajudando a indústria cinematográfica a vender seus filmes, pois muitas vezes alguns filmes nem são lançados no cinema ou em video por conta das distribuidoras brasileiras entenderem que o filme não era comercial.

Outro dia eu baixei o filme A Volta dos Mortos Vivos 2005 que eu nunca iria assistir no cinema ou alugá-lo numa locadora, pois realmente é um filme terrível. Eu não consegui assistir nem 10 minutos sem interrupção, usei e abuse de fast forward. Não me julgo um pirata por causa disto, da mesma forma que quem folheia um livro na sua livraria de preferência não pode ser considerado como tal.

Certos filmes, onde você confia nos autores, elenco e história, você vai querem assistí-los na tela grande e comer pipoca velha.

O filme Cidade de Deus foi um exemplo da quebra de paradigma que estamos vivendo. O diretor conta que várias pessoas foram ao cinema por terem assistido previamente um versão pirata. Outras, se dispuseram a mandar o valor do ingresso para o diretor.

A história do The Pirate Bay é um remake do Napster, pois ninguém é obrigado a comprar um CD com 12 músicas terríveis para ouvir uma ou duas músicas.

Estas iniciativas ousadas são convertidas em modelos de sucesso como a iTunes Store. Neste novo modelo, você paga muito pouco por uma música, pois você não vai receber caixinha ou encarte. Assim, mesmo que a música seja péssima, não estará perdendo muito. Ou seja, até os piores artistas conseguem ser beneficiados.

As pessoas precisam conhecer o submundo da indústria fonográfica que cobra cerca de R$ 5 mil por uma fita master e cópias de alguns pobres coitados que talvez nunca tenham a chance de encontrar o seu público alvo que pode ser qualquer um de nós que se dispõe a ser chamado de pirata por consumir conteúdo que não é vendido em lugar algum.

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